A
giardíase é uma doença comum de cães, gatos e humanos, que freqüentemente
é subestimada. É uma zoonose importante e é imperativo que tanto o animal de
estimação quanto a família protejam-se da infecção.
O tratamento pode fornecer um controle eficaz, mas, em muitas situações, as reinfestações são comuns, devido à dificuldade em se eliminar a fonte de infecção do meio ambiente.
As
taxas de infecção são altas nas áreas onde existem grandes populações de
humanos e animais, devido a maior oportunidade de transmissão direta e indireta
da enfermidade. A ingestão de somente 10 cistos é capaz de causar a infecção.
A maior prevalência das infecções por Giárdia ocorre entre os indivíduos
jovens, sem resistência imunológica, e que são mais suscetíveis à ingestão
de material fecal.
As
fontes de infecção mais comuns são água e fezes contaminadas. A transmissão
fecal-oral de Giárdia é comum tanto em animais como em humanos; os animais em
confinamento podem estar expostos a grandes quantidades de cistos infectantes no
material fecal, o qual aumenta as possibilidades de transmissão da enfermidade.
Os
trofozoítos de Giárdia não
sobrevivem no meio ambiente. No entanto, os cistos são resistentes a alguns
fatores ambientais, como águas com baixa concentração de bactérias e
contaminantes orgânicos, e suscetíveis a outros, como altas temperaturas. É
considerada uma enfermidade emergente, devido à falta de métodos efetivos de
controle em humanos e animais. Um dos principais problemas é a contaminação
ambiental disseminada. A Giárdia com seu ciclo de vida simples e a capacidade
de seus cistos de sobreviver no ambiente, tem permitido que a infecção se
converta em uma das mais predominantes enfermidades parasitárias em muitas espécies
de mamíferos.
Os
sinais clínicos podem ser severos, mas uma grande parcela dos infectados pode
permanecer assintomática, e os animais jovens são os que, mais freqüentemente
desenvolvem os sintomas. Os sinais clínicos da giardíase incluem diarréia mal
cheirosa aguda ou crônica, vômito, dor abdominal , desidratação, perda de
peso ou redução do ganho do mesmo.
Não
existem sinais característicos da giardíase, pois diversas enfermidades
intestinais se assemelham a ela, como ocorre com as gastroenterites virais, as
bacterianas e as causadas por outros parasitos.Também se assemelha às alergias
de origem alimentar, à enfermidade da má-absorção, a gastroenterite induzida
por fármacos e as enfermidades alérgicas.
O método
mais indicado, hoje, para a detecção de Giárdia nas fezes é a Flotação com
Sulfato de zinco com centrifugação, um teste diagnóstico econômico e muito
eficaz. Um fator importante é a necessidade de utilizar três amostras de
fezes, coletadas em dias alternados, ao longo de uma semana. Isto porque a
eliminação de cistos é intermitente, o que pode gerar resultados
falso-negativos quando se utiliza uma única amostra.
Os
agentes quimioterápicos
incluem os nitroimidazóis ( metronidazol, tinidazol), furadolizona,
benzimidazóis (febendazol, albendazol), entre outros.
O
mais comum é que a base do tratamento da giardíase seja eliminar os sinais clínicos
associados com a infecção. Nos animais, freqüentemente ocorre a reinfestação,
se os cistos infectantes não são retirados do ambiente. Isto implica em uma
limpeza e desinfecção profundas sempre que possível, além de assegurar que a
água e o alimento não se contaminem com as fezes.
Está provado que a
vacina estimula o animal a resistir ao parasito, sendo uma solução efetiva em
longo prazo para o controle desta enfermidade parasitária, já que a imunidade
natural contra Giárdia é de curta duração. Mesmo que os tratamentos se
mostrem eficazes, a reinfecção em animais é muito freqüente , devido à
dificuldade de se eliminar os cistos infectantes do ambiente. Um animal
vacinado, além de protegido contra giardíase, não representará mais uma
fonte de infecção a outros animais e até mesmo a seres humanos contactantes.